quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Corte profundo



Como ousas invadir a minha vida, entrar e adentrar no meu mundo e levar aquilo que tenho de mais profundo? Como ousas tocar em meu corpo, sendo que em outro lugar caminhava seu pensamento? Sinto-me atingida por um bloco lunar, por algum objeto estranho e adverso a tudo que acredito. Tirou-me a leveza, a dignidade... O meu eu! Vago pela noite tentando entender o porque de tamanha infame, de tamanha crueldade, pois sinto dessa forma, como crueldade... Eu estava limpa, cristalina, puramente leve, agora meu pensamento percorre a vida perturbado, pois foi abalado em plena net... Poderia ser homem e me dizer tudo face a face, mas não... Escolheu um veículo sem razão, sem emoção para jogar-me na parede e me apunhalar milhões de vezes, logo após o nosso amor... Ledo engano, pura ilusão... Nunca existiu amor, o amor é compartilhado, dividido entre duas pessoas, sozinho de nada vale! Depois de tudo ainda me pede para voltar a sermos amigos, mas como? Como ser amigo daquele que lhe tirou a paz... Resta-me o vazio e mais uma história pra contar aos filhos que jamais terei um dia... Em mais um dia!

Vanessa Cavalcante

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