segunda-feira, 30 de junho de 2008

Retratos


"Meu trabalho inicial é o medo de cair. Depois se tornou a arte de cair. Como cair sem se machucar. mais tarde é a arte de se manter no ar"

Louise Bourgeois

O bem e o mal


Hoje foi o pior dia da minha vida.
Nunca pensei que fosses assim,
Falso, odioso, temível, um inimigo a abater,
A sério de ti nunca pensei isto,
Mas como costumo dizer e muito bem:
A máscara terá sempre que cair, mesmo que mostre
O bem ou o mal.
Mas a tua mostrou o mal.
E é por essa razão que nunca te quis aceitar,
E sei que nunca me quiseste aceitar

Por não ter nenhuma máscara,
Por eu mostrar sempre o que sou,
Por nunca ser falsa,Temível e má.
Por ser sempre eu nos bons e nos maus momentos.
E agora juro que nunca quero me apaixonar,
Porque não quero sofrer nem conhecer gente,
Que esconde por detrás de um sorriso,
Uma falta de respeito, uma "língua suja "

E um ódio tenebroso de mim.
Acho que o que te leva a dizer isto não é o fato
De saberes que gostei de ti,
Mas sim, o fato de nunca ser mentirosa,
Dizer logo o que me vem á cabeça.
E é assim que prefiro ficar e digo-te
Para nunca esconderes a tua personalidade,
Ela mostra-se onde estiver...

sábado, 28 de junho de 2008

Reservado aposento

" Eu ainda não descobri que tipo demulher
Navega em teus sonhos...
Mas com certeza, não sou eu!"

Vanessa Cavalcante

Armário em passos leves


lugar de guardar coisas velhas, poesias, músicas, confissões, lembranças, alegrias, tristezas, impressões e percepções do mundo, belezas e inutilidades do tudo a minha volta. uma caixinha aberta para a bisbilhotice, para me permitir mergulhar nas profundas possibilidades do dizer, do falar. uma caixinha onde não mais se escondem coisas, mas onde elas se revelam, pelo avesso do avesso do avesso.

Lágrimas em mim


Não sei de onde vem está tristeza que me prende a alma. Não sei explicar porque choram os olhos, as lágrimas que a chuva teimou em trazer. Porquê ficar presa em um sonho que se acaba mesmo antes de começar?

Quero naufragar no meu mar de sentidos, afogar as ilusões, desistir de navegar contra as marés que só me afastam para destinos inventados, longe de uma realidade que dói, que magoa, sempre que o pensamento voa…

Não quero mais lutar contra ventos contrários que gritam em meus ouvidos que nada tenho… desisto… Desisto das batalhas que o coração muitas vezes travou com a razão.
Desisto e sigo ao sabor da brisa, fingindo sorrisos, escondendo lágrimas nas águas de um oceano de sentidos…

Que se afogam os desejos, os sonhos e as vontades e que nesta dor que não pára, que renasce a única razão de eu aqui estar…quem de verdade sempre me amou!

Hoje, o mar é apenas o refúgio de uma dor. Já não há ondas que beijam a areia, nem gaivotas que cantam sonhos… Apenas sal de lágrimas caídas e ilusões perdidas…

Afinal sei de onde vem essa tristeza…

Manchas no papel


A ausência de sentimentalidades
È fruto latente da minha ignorância
Da falta incondicional das flores
Das emoções naturais das cores...

A força demanda meus passos
Mesmo neste frio eu continuo
Degrau por degrau seguindo
O que a vida me desponta...

Tristezas
São caladas e estampadas
Na minha face pequena
Caída com o vento da tarde
A minha dor me arde...

Não perco a fala, apenas abstraio
Como oculto vadio menestrel
Deixo as lágrimas mancharem o papel
Sem alegria, o meu manuscrito...

Torna-se panas um rabisco!


Vanessa Cavalcante

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A única culpada sou seu...

O poeta não tem fim... O amor, sim

Eu deixarei que morra em mim
O desejo de amar os teus olhos
(que são doces)
Porque nada te poderei dar senão
A mágoa de me veres
(eternamente exausto)
No entanto a tua presença
É qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe
O teu gesto
E em minha voz
(a tua voz).
Não te quero ter
Porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim
Como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
Nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
Como uma nódoa do passado.
Eu deixarei...
Tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros
E tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás
Que quem te colheu fui eu,
(porque eu fui o grande íntimo da noite)
Porque eu encostei minha face na face da noite
E ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram
Os dedos da névoa suspensos
(no espaço)
E eu trouxe até mim
A misteriosa essência do teu abandono
(desordenado).
Eu ficarei só como os veleiros
Nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei mais que ninguém
Porque poderei partir
E todas as lamentações
Do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Será a tua voz presente,
A tua voz ausente,
A tua voz serenizada.

Vinicius de Moraes

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Alem da imaginação


"Quando um sorriso... Torna-se lagrimas de um palhaço imaginário e incapaz de perceber que a platéia não lhe aplaude mais..."

Vanessa Cavalcante

Tudo e quase nada!


"E eu ponho-me a pensar... Quanta saudade Das ilusões e risos que em ti pus! Traças em mim os braços duma cruz, Neles pregaste a minha mocidade!

(...)

Poisa as mãos nos meus olhos, com carinho, Fecha-os num beijo dolorido e vago... E deixa-me chorar devagarinho..."

Florbela Espanca

Desilusão...

Amor

"Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Amor é a grande desilusão de tudo mais. Amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter inclusive amor É a desilusão do que se pensava que era amor."

Clarice Lispector


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Desafinada ousadia


Teus braços enlaçados no meu corpo aquecem o meu coração e ao mesmo tempo me causam tanto medo. Se soubesse o quanto é primordial para o meu sorriso!Somos incógnitas do destino, lutamos com guerreiros, enfrentamos nossas batalhas como heróis, mas às vezes, dá aquele frio na espinha... Um nó na garganta, anunciando o receio de tentar, de seguir viagem e se aventurar. Apesar de que sinto tudo isso como muito mais que uma aventura, sinto como o momento ideal, exato e perfeito. Eleito por uma sincronicidade fascinante que abrange todos os horizontes. Porque tememos tanto e relutamos contra nossos próprios sentimentos? Porque demorei tanto para admitir que não o tenho apenas como amigo? Tentei tantas vezes, arrancar todas as pulsações do meu coração, todas as coisinhas miúdas do pensamento e olhar pra você de forma fraternal, natural, sem atropelos, anseios e formas parecidas... Não consegui. E agora, me culpo demais por ter sido tão sentimentalmente carnal. Enquanto tenho certeza, as dúvidas pairam pela sua cabeça e meu peito se cala... Mais uma vez! Canto aos teus ouvidos as minhas letras desafinadas, querendo alegrar o meu mundo e colocá-lo dentro dele. Sou audaciosa e pequenina, tenho dedos e pele de menina e mais de vinte e cinco anos de estrada. Meu horizonte azul me pede calma, então terei... Meu horizonte me faz esperar, então o farei!

Vanessa Cavalcante

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Momento reflexão

"...É agora que eu sei a razão da palavra consagrada
Que tanta gente dá à toa, em troca de quase nada..."
Da Weasel - Dialectos da Ternura

Um contexto


"posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e que posso evitar que ela vá à falência. ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. é atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. é agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. é saber falar de si mesmo. é ter coragem para ouvir um "não". é ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

domingo, 22 de junho de 2008

Menos... Menos...


Se um dia

Eu pudesse despertar,

Abençoando a minha vida

A cada passo,

Se eu te envolvesse

Por acaso,

Como quem dá e sente,

Um mesmo abraço,

Se a cada caminho meu

Algo florisse,

Como testemunho meu,

Do teu sorriso,

Iria certamente despertar,

Com vontade

Absoluta,

De Ficar!



OBS: Eu queria cuidar de você, lhe ofertar o meu amor. Eu queria! Como de costume utiliza as palavras que já conheço - Menos... Menos...

Questionário superficial...

























Eu quero... Coisas simples
Eu tenho... Vontade de crescer
Eu acho... Que ninguém entendeu o que realmente sou
Eu odeio... Mentiras e falsos argumentos
Eu sinto... Que vou amar incondicionalmente
Eu escuto... Como observador
Eu cheiro... O ar puro do dia

Eu imploro... Se valer a pena
Eu arrependo-me... De nada
Eu amo... Tudo ao meu redor

Eu sinto dor... Da humanidade
Eu sinto falta... Da inocência de outros dias

Eu importo-me... Com aqueles que me rodeiam
Eu sempre... Sou natural
Eu não fico feliz... Quando sou injusta
Eu acredito... Em mim
Eu danço... Sempre que posso.
Eu canto... Pessimamente.
Eu choro... Por tudo
Eu falho... Principalmente como mulher

Eu luto... Pelo que acredito
Eu escrevo... Aquilo que sinto

Eu ganho... Poucos presentes
Eu perco... A esperança algumas vezes.
Eu nunca digo... Mentiras.
Eu estou... Livre
Eu sou... MULHER.... Não uma Barbie
Eu fico feliz... Com um bom livro
Eu tenho esperança... De encontrar alguém para a vida inteira.
Eu preciso... Ler mais
Eu deveria... Abrir meu coração

Vanessa Cavalcante

Depois dos 30 anos...


Jamais poderia imaginar, mulheres de trinta fazem sucesso entre os pequenos de dezenove anos. E como diria a velha poetisa - “a arte de amar é fundamentalmente ímpar as causas naturais da idade”, e não é que pode ser. Como é maravilhoso libertar-se de antigas premissas e viver intensamente o momento ideal, sem culpas e arrependimento. Se entregar de corpo inteiro sem pedir nada em troca, nem um telefonema sequer... Isso não é ecologicamente correto entre os animais, mas o que somos afinal? Racionalidade é uma loucura para adeptos da comunicação, mas para vivenciar sentimentalidades as palavras ficam pra depois. Pelo menos os pequenos não deitam de lado e dormem, te empurrando para o canto da cama... Passam a mão nos seus cabelos devagar e fitam firmemente seus olhos dentro dos seus, como se desejassem devorar seus pensamentos. É uma delícia encarar novas aventuras, relaxar a alma sofrida e se deleitar novamente. Nada como ser amada, mesmo que por alguns instantes, ser intensamente amada!
Vanessa Cavalcante

sábado, 21 de junho de 2008

O amor é assim mesmo


Canso-me
Desgasto-me em tentativas
Sinto-me preso a palavras sem eco
Não me respondes
E no entanto sei que me ouves
Lês-me no silêncio da serra, como as rochas lêem o vento
Até elas ouvem esse lamento
O que sustentoSinto-me ferido pelo amor que não tenho,
Pela dor que sustenho
Aflige-me...Finge
Eu sei que finges que não me notas
Anotas todos os termos no teu caderno secreto
Eu anoto em mim as palavras que reprimes
-Tem graça?
A vida é plena de graças que nos escapam
Preciso de estímulo para mais um som mudo
Vou beber um café
O nosso café que só eu bebo
E contudo sei que me amargará mesmo açucarado
Vou sentir o vento na cara
Preciso de refrescar a vida que me foi destinada
Mesmo úmida das mágoas perdidas no nada da existência
É minha, como tu o não és
E entretanto bebo o teu silêncio,
Imenso...

(Autor desconhecido)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

UNILUZ - Um lugar para sonhar


Um lugar para sonhar... Descobri uma Universidade para mestres e espiritualistas – UNILUZ , Nazaré Universidade da luz. Um lugar maravilhoso para passar momentos únicos e especiais, voltados para aqueles que almejam reestruturar o caminho, descobrir novas direções - http://www.nazareuniluz.org.br/ pode ser uma saída para quem não encontra mais sentido na vida!

domingo, 15 de junho de 2008

Lei da compensação


Um retrato exato da palavra amor...
“Quando você lança alguma coisa no espaço ela volta com a mesma intensidade – Ação e reação – Então é sempre bom refletir sobre como gastamos as nossas energias e de que forma subtraímos e abstraímos as coisas no mundo...”

Vanessa Cavalcante

Tempo renovado


Eu não me importo mais... Podem derrubar todos os declínios que não faz diferença o azul ou o amarelo do céu. Estou pouco ligando se vai chover de tardezinha, quero mais é sentir a brisa e deixar a vida passar suavemente. Apesar de que o tempo anda bom nos últimos dias, parou aquele frio estridente, os casacos de inverno voltaram para os armários e as fotos estampadas pelo apartamento eu dei um jeitinho de deletar, um pouco pior,vamos lá, um Ctrl – Alt e Del, literalmente. O passado já não me consome em detalhes, tornaram-se recordações que prefiro nem lembrar e se de repente acontecer, não vai mais doer como antes. Pareço uma ave livre no espaço e isso faz com que veja o mundo de outra forma, mais leve e delicado, repleto de direções. Jurava que tinha perdido um pedaço, o melhor pedacinho de mim e agora percebo nitidamente que ganhei, torno-me mais forte, inteira e verdadeiramente pulsante.

“Quando olhamos pra dentro do nosso eu, não nos importamos com o que passou e sim com o que ainda vais começar”!

Vanessa Cavalcante

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Amigos são Anjos


Os verdadeiros amigos são anjos! Descobri essa irrefutável verdade ao perceber o quanto são raras essas preciosidades que chegam de repente na vida da gente e se alojam devagarzinho em local especial e essencial da nossa existência.No decorrer dos anos, encontramos vários tipos de anjos. Alguns são sonsos, vão se apoderando do nosso carinho como quem não quer nada, até que, quando percebemos, já lhes dedicamos nosso afeto integral... Outros são mais atirados; já chegam mostrando claramente com seus olhos sinceros o quanto nossa amizade é importante para eles... Alguns chegam necessitando de curativos nos ferimentos causados por amigos que não eram anjos... Outros chegam para sarar nossos próprios ferimentos... Alguns são leves e divertidos; nos mostram a alegria da vida... Outros, não menos honestos, nos mostram a seriedade com que a vida deve ser enfrentada... Alguns têm suas qualidades tão à mostra, que a um primeiro olhar já sabemos a que vieram...Outros têm essas mesmas qualidades muito bem guardadas e precisamos ir desvendando-as aos poucos... Alguns esbarram na gente numa esquina qualquer, sem avisar e nos dão carinhos reais, sorrisos reais, proteção real.... Uns não são melhores nem piores que os outros; são apenas diferentes, com suas qualidades que devemos salientar, com seus defeitos que devemos enfrentar (pois quando gostamos temos compromisso de ser fiéis até aos defeitos do nosso anjo). O importante é tentarmos, ao longo das nossas vidas, termos sempre algum anjo com o qual possamos contar nas horas difíceis para nos dar alento... e nas horas alegres para rir com a gente, rir da gente, da vida enfim... O importante é termos anjos... O importante é sermos anjos...

(Autoria: Lucia Padilha)

domingo, 8 de junho de 2008

Um coração roubado

Me mate...
Acabe de uma vez com meus sonhos
E deixe-me viver em paz
E deixe-me pairar no mar
Das emoções que não voltam jamais
Me mate...
com suas armas escomdidas no armário
Que não suporto acordar e caminhar
Chega de carregar devaneios
Aparece-me os tormentos
Das emoções roubadas pelas tuas mãos
Vanessa Cavalcante

Um texto roubado


Sofro...

Podia dizer que amo.
Não, não é dor, é raiva.
Raiva de quem amo?
Raiva/amor ou amor/raiva?

Concluo que amo
Amo porque tenho raiva
E, no instante que amo
Fico com vontade de odiar
E, no instante que odeio
Morro de desejo de amar

Ah, a impossibilidade do definido
Contra a possibilidade do instante...

Um vôo rapido solidão



Gotas de saudade enchem-me o peito
Que se encontra vazio de amor ...

Quero-te, atração perfeita
Adoro-te, paixão inteira
Amo-te, solidão verdadeira

Amor paciente que acabas
Sempre no vôo de uma borboleta...

Me chama, meu amor!


No decorrer dos meus passos a vida se apresenta! Entre tantas dores intermináveis mostram-se as marcas estampadas no meu rosto, no meu corpo, na minha intimidade. Não sou mais aquela... Então, vem e me chama... Vem e me ama, que descrita na minha alma esta a dor de viver sem teu colo, meu amor! Ledo engano seu imaginar que acabou, estamos apenas começando... Eu sei que o tempo é a melhor resposta e esperarei um dia seu coração acordar, voltará a me amar... Nossa hora pode não ser agora, mas ela irá chegar! Acordo todos os dias pela manhã por isso, respiro esperando os teus olhos, o teu sorriso... Luto pela vida por saber que terei novamente os teus abraços e tenho certeza que Deus olhará por nós.

Vanessa Cavalcante

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Alguns momentos



Estes espaços com lacunas em frente do sonho,

não são mais do que momentos tristes

que passei junto a ti.

São momentos misturadosde tons

sem cor e pedaços de dor.

São momentos que lembro,esqueço, fujo, relembro,

volto a esquecer e volto a fugir.

Fujo de ti, fujo de tudo

e levo os momentos fechados aqui bem fundo

e bem à solta no meu mundo.

domingo, 1 de junho de 2008

Meu verdadeiro lugar!



O tempo poderia parar


Eu não deixaria de sonhar.


O tempo poderia voltar


Eu não deixaria de acreditar...




Mesmo sem respostas


Eu tenho todas as provas


De que foi inteiramente real


Até o último suspiro no final...




Leve agora os meus textos


Para um lugar tranquilo


Onde esteja o seu sorriso


Pois perdi o meu no momento do adeus!






Vanessa Cavalcante

Imagens falantes



Existem fotos que retratam tudo

Acho que todas as fotos de casamento deveriam ser assim!

Começo, meio e fim...

“Cão Como Nós”


“Alguém falou da tristeza e do vazio do olhar dos animais. Vi a tristeza, em certos momentos, no olhar do cão. A tristeza de quem quer chegar à palavra e não consegue. Mas não vi o vazio. O vazio está talvez nos nossos olhos. Quando por vezes nos perdemos dentro de nós mesmos. Ou quando buscamos um sentido e não achamos. O cão sabia o sentido, o seu sentido. E nunca se perdia.”*


“Sei que andas por aí, oiço os teus passos em certas noites, quando me esqueço e fecho as portas começas a raspar devagarinho, às vezes rosnas, posso mesmo jurar que já te ouvi a uivar, cá em casa dizem que é o vento, eu sei que és tu, os cães também regressam, sei muito bem que andas por aí (...) Sei muito bem que as pessoas saem dos retratos, sei isso desde pequeno, mas tu não, estás proibido de voltar a fazer o que fizeste esta noite, não posso entrar na sala e ver outra vez a tua moldura vazia.” *

in “Cão Como Nós” , Manuel Alegre

Eu quero voltar...


Porque me deixaste no chão, naquela tarde... Meu pintor?
Rogue ao céu, como eu faço todos os dias,
E peça a Deus a minha liberação...
Sabes que este não é meu lugar! E sim uma prisão.
Diga-me que posso partir, então...
E me responda antes da minha partida:

- Porque parou de pintar?

Filmes estranhamente reais


Alguns filmes dizem que para viver é preciso ter um plano e acreditar cada instante que tudo pode dar certo no final, mesmo muitos não tendo um final feliz. Mas quase todos começam... Enrolam-se no clímax prendendo o telespectador ao ilustre final, que os espertinhos sempre sabem e fazem questão de denunciar isso. – Eu sabia! Eu nunca fui do tipo espertinha, por deslize de personalidade ou sei lá o que, sou daquelas idiotas que ardem até a última fotografia e choram nos créditos imperceptíveis... Todos relatam algo que não percebemos e que quando revemos sai àquela frase mágica – É mesmo, olha só isso! Sejam cenas estrategicamente lançadas de relance, uma imagem despercebida entre as colinas, uma frase do seu ator predileto com um efeito devastador, que diz exatamente tudo que precisava naquele momento... Pensando nisso, questiona-me se realmente precisamos ter um plano para seguir viagem. Podemos projetar nossas emoções e comandar todas as cenas com nosso controle remoto emocional? Podemos apertar o STOP quando queremos e o PLAY quando temos vontade? Neste caso, estamos pensando exatamente em quem? Vivemos emoções sozinhos ou partilhamos emoções na maior parte do tempo... Como agimos diante do outro em nossas vidas? Como projetamos nossos objetivos e nossos planos, se é que temos algum, com alguém? Será que o outro sabe a verdadeira nascente do seu plano e este pode existir sozinho? Nem no universo dos negócios isso acontece! Agora, neste instante, pode imaginar na sua vida pessoal? – Sai da minha vida, você não faz parte do plano! – Fique, por favor, temos um plano! Que loucura, essa magnitude de vida pessoal... Alguém pode viver sem um plano afinal? E como acreditar nele...